A CEO da Kactus Edu, Kaline Zeni, explica que, com ajuda especializada, o caminho da internacionalização é menos doloroso.
Elevar a instituição de ensino ao patamar internacional, seja em um setor, curso ou pesquisa, está ao alcance sim, mas é necessário que a entidade tome alguns cuidados e se planeje para isso. Além é claro, de poder contar com o apoio de um profissional especializado em internacionalização universitária, para tornar a jornada mais suave e obter os resultados que se deseja.
Para falar sobre o assunto e ajudar instituições de ensino a esclarecer dúvidas a respeito do processo que envolve a internacionalização universitária, a CEO da Kactus Edu, Kaline Zeni, responde nesta matéria, cinco questionamentos recorrentes a respeito do tema. Ela, que é graduada em Relações Internacionais, com doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais, fez estágio doutoral na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e sua pesquisa sobre transferência de conhecimento como mecanismo relevante da cooperação internacional também na sede da Organização das Nacões Unidas (ONU) em Nova Iorque. Além disso, esteve à frente do setor de Relações Internacionais de uma universidade por mais de uma década.
1 – O que é internacionalização universitária?
É um processo de gestão universitária que deve ser intencional da comunidade acadêmica e ocorrer de maneira que envolva ensino, pesquisa e extensão. É por meio de alianças estratégicas com universidades e instituições estrangeiras que conseguimos desenvolver projetos conjuntos para construir oportunidades compartilhadas de formação internacional, que vão promover o intercâmbio e a transferência de conhecimento entre alunos, professores, gestores e comunidades regionais envolvidas.
2 – Como ela pode ser uma aliada das instituições de ensino?
A internacionalização universitária traz contribuições diretas e indiretas em vários contextos. Na perspectiva da gestão, traz oportunidade das instituições se diferenciarem curricularmente, inserindo-se em redes internacionais de pesquisa e de acesso às bolsas internacionais para mobilidade acadêmica de alunos e professores. Além da valorização da marca no cenário nacional e internacional, conquistando melhor desempenho em avaliações como as do Ministério da Educação (MEC) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a universidade se posiciona como instituição de formação com maior aderência às necessidades do mercado, e da sociedade.
Outro ponto é a mudança cultural da comunidade acadêmica em perceber o quão acessível estão as oportunidades de trocas e de compartilhamento, tendo um currículo internacionalizado que corresponda melhor com os estes desafios e pautas globais.
3 – Internacionalizar está ao alcance de qualquer instituição?
Sim e não. Sim, se a gestão universitária estiver disposta a fomentar capacitação e tornar um processo orgânico a sua gestão, alinhando a internacionalização com as demais políticas acadêmicas e como um compromisso da Reitoria, indiferentemente de quem estiver na gestão. A Reitoria cria condições para que alunos, professores e funcionários compreendam as dimensões a serem praticadas, de forma constante e proativa. Em sendo reativa, a internacionalização não extrapola os muros do campus!
Não, se a universidade apenas enxergá-la como um gasto e não desenvolver a compreensão e entendimento dos contributos intangíveis. A internacionalização traz algo maior e mais complexo que a monetização ou a captação de receitas. Para uma instituição de ensino superior ter resultados efetivos com a internacionalização é crucial que considere que o processo passa não apenas por investimento , mas por uma conduta de entregar ao parceiro o que mutuamente foi acordado . Além disso, é um processo de responsabilidades compartilhadas e ganhos compartilhados.
4 – Qual o conselho para as instituições que querem começar do zero o trabalho internacional?
Se capacitar e participar de diálogos nacionais e internacionais e ter uma orientação de especialistas que entendam o momento institucional, com as prioridades, os pontos fortes e as limitações que se apresentam. Isso fará toda diferença para que o modelo ideal para aquela instituição seja implementado adequadamente.
A orientação de especialistas com formação na área é um diferencial e o planejamento desenvolvido precisa estar alinhado com tudo que permeia a universidade. A internacionalização não pode ser tratada de forma superficial, pois é uma poderosa ferramenta para agregar potencialidades e diferenciais para a instituição. Por isso, para acontecer, precisa de uma equipe capacitada e que não esteja apenas em nível de gabinete executivo, mas que se engaje com a parte pedagógica, acadêmica e institucional.
5 – No caso daquelas que já possuem um setor voltado para as relações internacionais e querem ampliar a atuação em outros países, qual orientação?
Que tenham muito bem definido as prioridades da meta-ação em que cada projeto deverá estar alicerçado. Não é apenas conveniar com o exterior, é colocar-se como instituição aberta a cooperar reciprocamente, seja por finalidade de construir indicadores para rankeamento internacional ou para levar cooperação solidária. Qualquer que seja a motivação, sempre será intencional das partes, de complementaridade e responsabilidades compartilhadas.
É importante também que as instituições estejam atentas ao que se discute na sociedade do conhecimento e busquem parcerias para melhor responder às demandas e prioridades postas e orientadas pela comunidade global, isso trará uma atuação com maior desempenho junto aos parceiros internacionais.
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